Gala da Poesia

Era uma vez uma casa. Era uma vez outra casa. E outra… e outra… Era uma vez uma janela de uma casa. E outra janela… e outra… Era uma vez um poema sobre uma janela. “Tenho uma janela”, de Mário Castrim. Era uma vez um poema que serviu de mote para outro poema, à maneira de Mário Castrim.
 Desta janela, os meninos e as meninas da turma 15 viram o mar, o rio, a rua, a floresta, o sol … e as rimas saltaram para o papel fazendo o que é de imaginar… a rua a rimar com a lua, o rio a combinar com o frio, na floresta os passarinhos fizeram a festa, o sol tornou-se um farol e o mar foi ponto para partir e para chegar… E que janelas podemos nós abrir? É uma questão a saber gerir. 
 E outro poema surgiu… Cada quadra foi ganhando a força que as palavras ditavam. E os meninos foram aprendendo a dizê-las. 
Cruzando o trabalho individual com o coletivo, resultou num coro de vozes que entoou a sequência e encantou a plateia, na Igreja da Pena, no Castelo de Leiria, num espetáculo de nome Gala da Poesia, no dia 21 de março.
 Ideia e Instalação, professora Sílvia Gaspar
 Colaborações: Gracinda Caixinha e Maria do Céu Gaspar
Tenho uma janela 

Tenho uma janela 
Que dá para o mar 
Barcos a sair 
Barcos a chegar.

 Tenho uma janela
 Que dá para a rua 
De noite ou de dia
 Posso ver a lua. 

 Tenho uma janela
 Que dá para o luar
 Sonhos a partir 
 Sonhos a chegar. 

 Tenho uma janela
 Que dá para o so
l Ele é tão brilhante
 É o meu farol. 

 Tenho uma janela 
 Que dá para o mar
 Gente a sair
 Gente a chegar. 

 Tenho uma janela 
Que gosto de abrir
 Se o vento vem forte 
Eu não vou cair. 

 Tenho uma janela
 Que dá para o mar
 O sol a nascer 
E a noite a chegar. 

 Tenho uma janela 
Que dá para a floresta 
E vejo os passarinhos
 Todos em festa. 

Tenho uma janela
 Que não posso abrir
 Porque a minha gata 
Pode mesmo fugir. 

 Tenho uma janela
 Que dá para o mar
 Lá longe a sereia 
Prende-me o olhar

. Tenho uma janela
 Virada para o rio 
Será que os peixes
 Não têm frio? 

 Tenho uma janela 
Que é a mais bela 
 É a mais bela 
 De todas as janelas 

 Janela que é feita
 De lua e de mar J
anela por onde 
Quero viajar.

 Barcos a sair 
Barcos a chegar 
Chego-me à janela 
 E gosto de sonhar. 

 Barcos a sair
 Barcos a chegar 
Chego-me à janela 
 E não vejo o mar.